Muito difícil

Como já comentei a Carolina está com o pé quebrado, já chorou na primeira noite, até ai tudo bem, ontem ligou durante o dia falou com a mãe e comigo sorridente e contente.
Após o almoço recebi a ligação da Carolina aos "prantos", na hora fiquei gelado, pois não é comum ela ligar para mim, não falava nada apenas chorava, tentanto acalmar falava pausadamente "filha, filha" após longos 5 segundos ela disse "pai", caramba que alívio, entre suspiros e lágrimas me contava o quanto estava triste pelo acontecido.
Eu tentava explicar que foi um acidente que acontece, percebia na sua fala que a dor era na alma, faltando 45 dias para o retorno e a 4 dias da "grande viagem" ela não se conformava.
Comecei então a tentar resolver o problema, primeiro lembrei a ela que eu estou a quilometros de distância e pouco poderia fazer, lembrei também que o intercâmbio é dela e todas as decisões ela quem deveria tomar estou aqui para dar suporte e apoiar, Sugeri que retornasse o tempo de intercâmbio já estava completo que não suportando a dor deveria voltar.
Depois deste início começou a me dizer por que havia acontecido no final e não era certo, por que, por que e mais por que, oras disse a ela, é apenas parte do crescimento, comentei sobre a história da intercambista da Indonésia durante o Tissunami em 2006 e o choro começou a diminuir e ela voltou a razão.
Foi muito difícil falar com ela sem chorar junto, a dor do pé repouso e remédio curam mas, a dor da alma só com muito amor.